CCAC...Comunidade Católica Adoradores De Cristo
Deus não vai reduzir a doutrina dele para se adequar a você porque não é ele que tem que se adequar a você é você que tem que se adequar a vontade de Deus.
O meu agir revela a quem eu sirvo
Você é o resultado das suas escolhas
.
.
Não Oro para que Deus faça a minha vontade, mas para que eu me adeque a vontade dele.
Ore não por uma vida fácil, mas pra ter forças para aguentar uma vida difícil.
Não conte suas guerras para os outros, poucos vão querer te ajudar e a maioria só está curiosa.Conte suas guerras para Deus,ele te ajuda a vencê-las.
.
.
Quem sou eu
- Pedrinho
- Barra Bonita, sp, Brazil
- Observador/ Romãntico/ Apaixonado/ Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances;Procurá-lo a maior aventura;encontrá-lo a maior de todas as realizações. Filho amado de Deus, sou apaixonado por Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. Eu sou de Cristo e Cristo é de Deus Sou sal da terra e luz de Deus no Mundo.Você pode dizer que sou um sonhador Mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você junte-se a nós E o mundo viverá como um só.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A Reforma Luterana - Parte 3
Parece estranho que outros não tenham chegado a essa sua interpretação da história.
Esses fatos parecem estranhos aos que só conhecem o Lutero da lenda, e que nunca estudaram o assunto por si mesmos. Porém sumidades protestantes estão inteiramente prontas a concordar com as explicações que eu dei. No seu livro A History of Europe, p. 500, H. A. L. Fisher escreve que Lutero "foi um gênio religioso a se experimentar a si mesmo, o qual, na sua busca de salvação pessoal, gradativamente foi levado a assumir uma atitude que o fez campeão da nação germânica contra as pretensões da Igreja de Roma". Quando os Judeus quiseram que Cristo se fizesse o campeão da sua nação, ele se recusou. Não era por tais meios que o Reino de Deus devia ser estabelecido.
Martinho Lutero pelo menos não forçou a Igreja Católica a reformar-se?
As multidões arrebatadas à Igreja Católica pela revolta luterana certamente convenceram os dirigentes desta da urgente necessidade de uma reforma real; e essa reforma real foi efetuada pelo Concílio de Trento. A severa legislação e os decretos disciplinares desse Concílio erradicaram os pronunciados abusos que deram ocasião à separação protestante da Igreja; e desde então não mais houve movimento tal. Até onde a Igreja Católica entra em questão, o protestantismo gastou a sua força nos primeiros anos da revolta; e desde então já não houve qualquer perigo real em larga escala para a fé dos católicos. A notável tendência hoje em dia é para os protestantes se tornarem católicos, e não para os católicos se fazerem protestantes.
Então, certamente, você deve algum agradecimento a Martinho Lutero.
Lutero, nós não podemos respeitá-lo. Ele não tinha o direito de deixar a Igreja Católica e de começar uma Igreja própria sob o pretexto de reforma. Ele deveria ter ficado na verdadeira Igreja e trabalhado para reformar os católicos relapsos dentro dela. Você leva um prato que precisa de limpeza; não o quebra. Na ordem dos fatos, em 1521 o mundano Papa Leão X morreu, e foi sucedido pelo Papa alemão Adriano VI. Adriano era justamente um Papa como Lutero pretendia. Era austero e santo, e imediatamente se pôs em obra para reformar os membros da Igreja, começando pelos próprios Cardeais, e lutando contra o relaxamento italiano. O bravo velho Papa teria sido vastamente ajudado pelo apoio germânico e pela cessação da oposição no Norte. Mas Lutero não fez esforço nenhum para ajudar um verdadeiro reformador posto na verdadeira Sé de onde a reforma deveria partir. Em vez de ajudar um compatriota que era justamente um chefe da Igreja tal como ele declarara necessário, ele continuou a vomitar insultos contra o Papa como se fosse o demônio. Adriano VI morreu de pesar, e a contra-Reforma real veio com o Concílio de Trento, perto de vinte anos depois. Então o caos grandemente difundido forçou a ação; mas a reforma foi devida ao poder inato da Igreja viva, de renovar a sua própria vitalidade.
Ao menos Deus fez uso de Lutero para provocar na Igreja uma reação salutar. Do seu próprio ponto de vista você deveria admitir a missão divina dele para fazer isso.
Indiretamente, aos planos da Providência de Deus, a revolta de Lutero forçou as autoridades da Igreja Católica e empreenderam a obra de reforma. Porém ele não é mais digno de respeito por causa disso do que o foi Atila, no século V, invadindo a Itália, devastando o país e destruindo as Igrejas até às portas de Roma. Os católicos do século V consideraram a invasão de Átila como um castigo dos seus pecados e um aviso para a penitência; e falavam de Átila como do "Flagelo de Deus". Nenhum cristão admitiria que Átila tivesse recebido missão divina para matar, pilhar e profanar, mesmo havendo Deus permitido o desastre e feito uso deste tirando o bem do mal. Do mesmo modo, Deus permitiu a defecção de Martinho Lutero do seio da Igreja e fez uso da sua revolta, para induzir os dirigentes católicos a um senso de responsabilidade. Mas a verdadeira reforma foi efetuada, não por Lutero, e sim por outros; e foi efetuada não somente sem Lutero, mas contra Lutero.
Que é que você consideraria como doutrinas distintas de Lutero, constituindo uma separação para com o verdadeiro Cristianismo?
As mais importantes são as seguintes. Ele declarou que a Igreja Católica incidira em erro doutrinal. Negou que a Igreja houvesse jamais significado ser uma instituição visível. Rejeitou a existência de todo sacerdócio especial na Igreja. Insistiu em que a Bíblia deve ser a única regra de fé. Além disto, consoante Lutero, cada homem tem o direito de interpretar a Bíblia por si mesmo. A justificação é alcançada pela fé sem obras. A alma justificada é concedida uma segurança pessoal de salvação. A fé cristã não necessita, nem pode ter, qualquer fundamento racional.
Você censura Lutero por ter deixado a Igreja Católica. Mas, em vista dos abusos que você admitiu, não era necessária uma reforma ?
Sem dúvida. Mas não havia necessidade disso a que se chama a "Reforma Protestante". Alguns abusos entre os membros da Igreja sempre clamarão urgentemente por uma reforma. Mas o Protestantismo não foi um movimento de reforma real. Ele fez dos abusos reinantes uma desculpa para abandonar ao mesmo tempo a Igreja, em vez de ficar com ela, e nela procurar efetuar a conversão dos seus membros relapsos para melhores caminhos. Ademais, o Protestantismo conservou muitos dos próprios abusos, e apenas procurou justificá-los negando estarem eles errados. Coisa que a Igreja Católica nunca fará. Pode ela admitir, com tristeza, que seus filhos às vezes calam em pecado; mas nunca dirá que aquilo que é pecado não é pecado, como o fizeram muitos reformadores.
Então você nega que a Igreja Católica, como tal, provou ser um guia inafiançável?
Nego. Cristo disse: "Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Quem quer que diga que a Igreja falhou em qualquer período da sua carreira assevera que as portas do inferno prevaleceram contra ela! Cristo ou era Deus ou não era. Se não era, foi um impostor e um blasfemador, e deveríamos renunciar inteiramente a crer nele. Mas, se era Deus, então podia fazer o que disse que faria - preservar a sua Igreja, através das idades, contra todas as forças do mal. Não é a fé em Cristo, mas com a falta de fé em Cristo, que tem levado os homens a abandonarem a Igreja que ele estabeleceu.
Lutero declarou que a Igreja visível fracassou, mas não a Igreja invisível; e que a verdadeira Igreja é, necessariamente, invisível.
Ele achou necessário inventar essa teoria para justificar a sua rebelião contra a Igreja Católica visível. Mas não foi coerente. Quando desejou suprimir os Anabatistas, recorreu à autoridade de uma Igreja visível, conhecida pelo batismo, pela celebração da Ceia do Senhor e pela pregação do próprio evangelho dele. Mas no fim achou que, a fim de reforçar as suas idéias, tinha de apelar para o Estado. Repudiada a autoridade papal, só restava a autoridade civil.
Com Lutero, nós sustentamos que a Igreja está nas almas dos homens.
Se a Igreja é uma qualidade invisível confinada nas almas dos homens, então nenhum ser humano poderia dizer onde deve ser achada a verdadeira Igreja, e ninguém poderia ouvir a voz dela ou obedecer-lhe aos preceitos. Não. Nosso Senhor estabeleceu uma sociedade visível neste mundo, embora não sendo deste mundo. E comparou-a a uma cidade situada sobre uma colina, a qual não pode ficar escondida. Uma das Igrejas visíveis e organizadas neste mundo hoje em dia é a dele. E só a Igreja Católica pode mostrar os característicos que ele declarou que a sua Igreja possuiria.
A Igreja é formada não dos que pertencem a uma organização visível, mas sim dos que nasceram do Espírito Santo.
Uma Igreja assim não poderia ser julgada pelos homens. Ninguém poderia, portanto, dizer quem é que pertencia à verdadeira Igreja e quem não. Cristo estabeleceu uma Igreja visível, e designou Apóstolos visíveis para governarem essa Igreja. Nos Atos dos Apóstolos 20, 28, lemos: "Tomai cuidado convosco e com o rebanho inteiro, onde o Espírito Santo vos colocou como bispos para governardes a Igreja de Deus". Como poderiam os bispos governar a Igreja se não soubessem quem é que pertencia a ela ?
Cristo disse: "O reino de Deus está dentro de vós".
O reino de Deis conforme estabelecido por Cristo é a um tempo uma Igreja visível neste mundo e um reino invisível de graça dentro da alma. A adesão externa ao reino visível exige também que Cristo reine na alma pela graça. Mas essa graça interior não dispensa o homem de aceitar a vontade de Cristo desde que ele se dê conta desta, nem da obrigação de se juntar à Igreja visível por ele estabelecida neste mundo. Cristo disse: "Se alguém não escuta a Igreja, seja como o pagão". Obviamente ele se referia à autoridade de uma Igreja visível. Ele também comparou sua Igreja a uma rede que apanha bons e maus peixes. Isto não pode referir-se somente a um reino de graça espiritual e invisível, porquanto maus peixes não estão em estado de graça.
A ideia de um sacerdócio visível, distinto do laicato, não tem ligação com a doutrina de uma Igreja visível ?
Tem. E é igualmente ensino do Novo Testamento que deve haver um sacerdócio visível na Igreja.
Mas Lutero provou, com o Novo Testamento, que não há sacerdócio distinto do laicato. Ele mostrou o claro ensino do Novo Testamento de que todos os cristãos são um santo sacerdócio.
Mas isso é apenas parte do ensino do Novo Testamento, e não todo ele. O batismo implica uma certa consagração sacerdotal a Deus, e a obrigação de oferecer o sacrifício de louvor por uma sincera vida de oração e de boas obras. Mas, dentre os batizados, certos homens devem ser escolhidos e especialmente ordenados para oferecer o continuado Sacrifício do Corpo e Sangue de Cristo, e para perdoar pecados. Neste último sentido, nem todos os cristãos são sacerdotes.
Onde é que, no Novo Testamento, há menção desse sacerdócio especial?
Que é um sacerdote ? É alguém escolhido de entre os homens, dedicado a Deus por sagração, e delegado para oferecer sacrifício a Deus, para ensinar e para santificar os homens. Ora, Cristo certamente fez escolha especial de certos homens. S. Lucas 6, 13 diz: "Chamou os seus discípulos e escolheu doze deles". Consagrou-os. Deu-lhes a Sua própria missão, dizendo: "Como meu Pai me enviou, assim eu vos envio". Comunicou-lhe o seu próprio poder. "Soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo" (Jo 20,21-22). Havendo-os escolhido e consagrado, mandou-lhes ensinarem e santificarem os homens. Em S. Mateus 28, 19 disse-lhe: "Ide, ensinai todas as nações". Quanto a santificá-los: "Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). E ainda: "Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados" (Jo 20,23), S. Tiago (5-14) escreve: "Alguém está doente ? Mande chamar os sacerdotes da Igreja, e orem estes sobre ele, urgindo-o com óleo, e, se ele houver cometido pecados, estes lhe serão perdoados". Finalmente, Cristo ordenou-lhes oferecerem sacrifício a Deus. Na última Ceia ele disse: "Isto é meu corpo que é entregue por vós. Fazei isto em memória de mim; e, todas as vezes que o fizerdes, anunciareis a morte do Senhor". Todas as vezes que um sacerdote legalmente ordenado celebra a Missa, oferece esse sacrifício. A mesma Vítima é oferecida, Jesus Cristo, e pelo sacerdócio de Jesus Cristo no celebrante. Só por um sacerdócio de Jesus Cristo no celebrante. Só por um sacerdócio sucessivo e perpétuo, por escolha, consagração e incumbência divina, é que isso pode ser feito.
Se tudo é tão claro como você diz, por que então tê-lo-ia Lutero negado?
Lutero ignorou a evidência do Novo Testamento, em favor das suas novas teorias, que o absorviam com exclusão de tudo o mais. A chave para esta posição deve ser achada na sua história pessoal. Obsesso pela violência das suas próprias paixões, e pela consciência dos seus muitos pecados, Lutero foi levado a um estado de abatimento, melancolia e desespero. Ansiando por uma certeza de que não seria condenado, argumentou que o pecado original viciara totalmente a natureza e a vontade do homem, e que era impossível, para este, viver vida boa. Era inútil testar. Portanto, o homem não pode fazer nada para promover a sua salvação. Mas aquilo que o homem não pode fazer, pode-o Deus. Nós devemos simplesmente crer no poder de Cristo para efetuar a nossa redenção, imputando a nós a sua bondade. Embora não possamos senão continuar pecando, podemos ao menos pôr a nossa completa confiança em Cristo, e, assim fazendo, sermos salvos. Nesta doutrina da justificação pela fé sozinha está contida em germe e subseqüente negação da Igreja visível, do sacerdócio, do sacramentalismo, do livre arbítrio, e finalmente, a asserção da própria predestinação.
Se a teoria de Lutero era nova, era porque o povo não conhecia a Bíblia. Coube a Lutero descobrir a Bíblia e dá-la ao mundo.
Depois de deixar a Igreja, Lutero disse que no mosteiro descobrira uma Bíblia, "um livro que ele nunca tinha visto antes na sua vida", e que "só ele no mosteiro" lera. Mas isto é contrário a fatos demonstráveis. A Regra da Ordem Agostiniana, a que Lutero pertencera, incluía o mandamento de que todos os membros deviam "ler assiduamente as Escrituras, ouvi-las devotamente, e aprendê-las fervorosamente". Os estudos bíblicos floresciam naquela época, e comentários bíblicos existiam em profusão, Lutero não disse aí a verdade, e o mito do seu descobrimento de uma Bíblia desconhecida foi abandonado por todas as sumidades protestantes de confiança.
Esses fatos parecem estranhos aos que só conhecem o Lutero da lenda, e que nunca estudaram o assunto por si mesmos. Porém sumidades protestantes estão inteiramente prontas a concordar com as explicações que eu dei. No seu livro A History of Europe, p. 500, H. A. L. Fisher escreve que Lutero "foi um gênio religioso a se experimentar a si mesmo, o qual, na sua busca de salvação pessoal, gradativamente foi levado a assumir uma atitude que o fez campeão da nação germânica contra as pretensões da Igreja de Roma". Quando os Judeus quiseram que Cristo se fizesse o campeão da sua nação, ele se recusou. Não era por tais meios que o Reino de Deus devia ser estabelecido.
Martinho Lutero pelo menos não forçou a Igreja Católica a reformar-se?
As multidões arrebatadas à Igreja Católica pela revolta luterana certamente convenceram os dirigentes desta da urgente necessidade de uma reforma real; e essa reforma real foi efetuada pelo Concílio de Trento. A severa legislação e os decretos disciplinares desse Concílio erradicaram os pronunciados abusos que deram ocasião à separação protestante da Igreja; e desde então não mais houve movimento tal. Até onde a Igreja Católica entra em questão, o protestantismo gastou a sua força nos primeiros anos da revolta; e desde então já não houve qualquer perigo real em larga escala para a fé dos católicos. A notável tendência hoje em dia é para os protestantes se tornarem católicos, e não para os católicos se fazerem protestantes.
Então, certamente, você deve algum agradecimento a Martinho Lutero.
Lutero, nós não podemos respeitá-lo. Ele não tinha o direito de deixar a Igreja Católica e de começar uma Igreja própria sob o pretexto de reforma. Ele deveria ter ficado na verdadeira Igreja e trabalhado para reformar os católicos relapsos dentro dela. Você leva um prato que precisa de limpeza; não o quebra. Na ordem dos fatos, em 1521 o mundano Papa Leão X morreu, e foi sucedido pelo Papa alemão Adriano VI. Adriano era justamente um Papa como Lutero pretendia. Era austero e santo, e imediatamente se pôs em obra para reformar os membros da Igreja, começando pelos próprios Cardeais, e lutando contra o relaxamento italiano. O bravo velho Papa teria sido vastamente ajudado pelo apoio germânico e pela cessação da oposição no Norte. Mas Lutero não fez esforço nenhum para ajudar um verdadeiro reformador posto na verdadeira Sé de onde a reforma deveria partir. Em vez de ajudar um compatriota que era justamente um chefe da Igreja tal como ele declarara necessário, ele continuou a vomitar insultos contra o Papa como se fosse o demônio. Adriano VI morreu de pesar, e a contra-Reforma real veio com o Concílio de Trento, perto de vinte anos depois. Então o caos grandemente difundido forçou a ação; mas a reforma foi devida ao poder inato da Igreja viva, de renovar a sua própria vitalidade.
Ao menos Deus fez uso de Lutero para provocar na Igreja uma reação salutar. Do seu próprio ponto de vista você deveria admitir a missão divina dele para fazer isso.
Indiretamente, aos planos da Providência de Deus, a revolta de Lutero forçou as autoridades da Igreja Católica e empreenderam a obra de reforma. Porém ele não é mais digno de respeito por causa disso do que o foi Atila, no século V, invadindo a Itália, devastando o país e destruindo as Igrejas até às portas de Roma. Os católicos do século V consideraram a invasão de Átila como um castigo dos seus pecados e um aviso para a penitência; e falavam de Átila como do "Flagelo de Deus". Nenhum cristão admitiria que Átila tivesse recebido missão divina para matar, pilhar e profanar, mesmo havendo Deus permitido o desastre e feito uso deste tirando o bem do mal. Do mesmo modo, Deus permitiu a defecção de Martinho Lutero do seio da Igreja e fez uso da sua revolta, para induzir os dirigentes católicos a um senso de responsabilidade. Mas a verdadeira reforma foi efetuada, não por Lutero, e sim por outros; e foi efetuada não somente sem Lutero, mas contra Lutero.
Que é que você consideraria como doutrinas distintas de Lutero, constituindo uma separação para com o verdadeiro Cristianismo?
As mais importantes são as seguintes. Ele declarou que a Igreja Católica incidira em erro doutrinal. Negou que a Igreja houvesse jamais significado ser uma instituição visível. Rejeitou a existência de todo sacerdócio especial na Igreja. Insistiu em que a Bíblia deve ser a única regra de fé. Além disto, consoante Lutero, cada homem tem o direito de interpretar a Bíblia por si mesmo. A justificação é alcançada pela fé sem obras. A alma justificada é concedida uma segurança pessoal de salvação. A fé cristã não necessita, nem pode ter, qualquer fundamento racional.
Você censura Lutero por ter deixado a Igreja Católica. Mas, em vista dos abusos que você admitiu, não era necessária uma reforma ?
Sem dúvida. Mas não havia necessidade disso a que se chama a "Reforma Protestante". Alguns abusos entre os membros da Igreja sempre clamarão urgentemente por uma reforma. Mas o Protestantismo não foi um movimento de reforma real. Ele fez dos abusos reinantes uma desculpa para abandonar ao mesmo tempo a Igreja, em vez de ficar com ela, e nela procurar efetuar a conversão dos seus membros relapsos para melhores caminhos. Ademais, o Protestantismo conservou muitos dos próprios abusos, e apenas procurou justificá-los negando estarem eles errados. Coisa que a Igreja Católica nunca fará. Pode ela admitir, com tristeza, que seus filhos às vezes calam em pecado; mas nunca dirá que aquilo que é pecado não é pecado, como o fizeram muitos reformadores.
Então você nega que a Igreja Católica, como tal, provou ser um guia inafiançável?
Nego. Cristo disse: "Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Quem quer que diga que a Igreja falhou em qualquer período da sua carreira assevera que as portas do inferno prevaleceram contra ela! Cristo ou era Deus ou não era. Se não era, foi um impostor e um blasfemador, e deveríamos renunciar inteiramente a crer nele. Mas, se era Deus, então podia fazer o que disse que faria - preservar a sua Igreja, através das idades, contra todas as forças do mal. Não é a fé em Cristo, mas com a falta de fé em Cristo, que tem levado os homens a abandonarem a Igreja que ele estabeleceu.
Lutero declarou que a Igreja visível fracassou, mas não a Igreja invisível; e que a verdadeira Igreja é, necessariamente, invisível.
Ele achou necessário inventar essa teoria para justificar a sua rebelião contra a Igreja Católica visível. Mas não foi coerente. Quando desejou suprimir os Anabatistas, recorreu à autoridade de uma Igreja visível, conhecida pelo batismo, pela celebração da Ceia do Senhor e pela pregação do próprio evangelho dele. Mas no fim achou que, a fim de reforçar as suas idéias, tinha de apelar para o Estado. Repudiada a autoridade papal, só restava a autoridade civil.
Com Lutero, nós sustentamos que a Igreja está nas almas dos homens.
Se a Igreja é uma qualidade invisível confinada nas almas dos homens, então nenhum ser humano poderia dizer onde deve ser achada a verdadeira Igreja, e ninguém poderia ouvir a voz dela ou obedecer-lhe aos preceitos. Não. Nosso Senhor estabeleceu uma sociedade visível neste mundo, embora não sendo deste mundo. E comparou-a a uma cidade situada sobre uma colina, a qual não pode ficar escondida. Uma das Igrejas visíveis e organizadas neste mundo hoje em dia é a dele. E só a Igreja Católica pode mostrar os característicos que ele declarou que a sua Igreja possuiria.
A Igreja é formada não dos que pertencem a uma organização visível, mas sim dos que nasceram do Espírito Santo.
Uma Igreja assim não poderia ser julgada pelos homens. Ninguém poderia, portanto, dizer quem é que pertencia à verdadeira Igreja e quem não. Cristo estabeleceu uma Igreja visível, e designou Apóstolos visíveis para governarem essa Igreja. Nos Atos dos Apóstolos 20, 28, lemos: "Tomai cuidado convosco e com o rebanho inteiro, onde o Espírito Santo vos colocou como bispos para governardes a Igreja de Deus". Como poderiam os bispos governar a Igreja se não soubessem quem é que pertencia a ela ?
Cristo disse: "O reino de Deus está dentro de vós".
O reino de Deis conforme estabelecido por Cristo é a um tempo uma Igreja visível neste mundo e um reino invisível de graça dentro da alma. A adesão externa ao reino visível exige também que Cristo reine na alma pela graça. Mas essa graça interior não dispensa o homem de aceitar a vontade de Cristo desde que ele se dê conta desta, nem da obrigação de se juntar à Igreja visível por ele estabelecida neste mundo. Cristo disse: "Se alguém não escuta a Igreja, seja como o pagão". Obviamente ele se referia à autoridade de uma Igreja visível. Ele também comparou sua Igreja a uma rede que apanha bons e maus peixes. Isto não pode referir-se somente a um reino de graça espiritual e invisível, porquanto maus peixes não estão em estado de graça.
A ideia de um sacerdócio visível, distinto do laicato, não tem ligação com a doutrina de uma Igreja visível ?
Tem. E é igualmente ensino do Novo Testamento que deve haver um sacerdócio visível na Igreja.
Mas Lutero provou, com o Novo Testamento, que não há sacerdócio distinto do laicato. Ele mostrou o claro ensino do Novo Testamento de que todos os cristãos são um santo sacerdócio.
Mas isso é apenas parte do ensino do Novo Testamento, e não todo ele. O batismo implica uma certa consagração sacerdotal a Deus, e a obrigação de oferecer o sacrifício de louvor por uma sincera vida de oração e de boas obras. Mas, dentre os batizados, certos homens devem ser escolhidos e especialmente ordenados para oferecer o continuado Sacrifício do Corpo e Sangue de Cristo, e para perdoar pecados. Neste último sentido, nem todos os cristãos são sacerdotes.
Onde é que, no Novo Testamento, há menção desse sacerdócio especial?
Que é um sacerdote ? É alguém escolhido de entre os homens, dedicado a Deus por sagração, e delegado para oferecer sacrifício a Deus, para ensinar e para santificar os homens. Ora, Cristo certamente fez escolha especial de certos homens. S. Lucas 6, 13 diz: "Chamou os seus discípulos e escolheu doze deles". Consagrou-os. Deu-lhes a Sua própria missão, dizendo: "Como meu Pai me enviou, assim eu vos envio". Comunicou-lhe o seu próprio poder. "Soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo" (Jo 20,21-22). Havendo-os escolhido e consagrado, mandou-lhes ensinarem e santificarem os homens. Em S. Mateus 28, 19 disse-lhe: "Ide, ensinai todas as nações". Quanto a santificá-los: "Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). E ainda: "Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados" (Jo 20,23), S. Tiago (5-14) escreve: "Alguém está doente ? Mande chamar os sacerdotes da Igreja, e orem estes sobre ele, urgindo-o com óleo, e, se ele houver cometido pecados, estes lhe serão perdoados". Finalmente, Cristo ordenou-lhes oferecerem sacrifício a Deus. Na última Ceia ele disse: "Isto é meu corpo que é entregue por vós. Fazei isto em memória de mim; e, todas as vezes que o fizerdes, anunciareis a morte do Senhor". Todas as vezes que um sacerdote legalmente ordenado celebra a Missa, oferece esse sacrifício. A mesma Vítima é oferecida, Jesus Cristo, e pelo sacerdócio de Jesus Cristo no celebrante. Só por um sacerdócio de Jesus Cristo no celebrante. Só por um sacerdócio sucessivo e perpétuo, por escolha, consagração e incumbência divina, é que isso pode ser feito.
Se tudo é tão claro como você diz, por que então tê-lo-ia Lutero negado?
Lutero ignorou a evidência do Novo Testamento, em favor das suas novas teorias, que o absorviam com exclusão de tudo o mais. A chave para esta posição deve ser achada na sua história pessoal. Obsesso pela violência das suas próprias paixões, e pela consciência dos seus muitos pecados, Lutero foi levado a um estado de abatimento, melancolia e desespero. Ansiando por uma certeza de que não seria condenado, argumentou que o pecado original viciara totalmente a natureza e a vontade do homem, e que era impossível, para este, viver vida boa. Era inútil testar. Portanto, o homem não pode fazer nada para promover a sua salvação. Mas aquilo que o homem não pode fazer, pode-o Deus. Nós devemos simplesmente crer no poder de Cristo para efetuar a nossa redenção, imputando a nós a sua bondade. Embora não possamos senão continuar pecando, podemos ao menos pôr a nossa completa confiança em Cristo, e, assim fazendo, sermos salvos. Nesta doutrina da justificação pela fé sozinha está contida em germe e subseqüente negação da Igreja visível, do sacerdócio, do sacramentalismo, do livre arbítrio, e finalmente, a asserção da própria predestinação.
Se a teoria de Lutero era nova, era porque o povo não conhecia a Bíblia. Coube a Lutero descobrir a Bíblia e dá-la ao mundo.
Depois de deixar a Igreja, Lutero disse que no mosteiro descobrira uma Bíblia, "um livro que ele nunca tinha visto antes na sua vida", e que "só ele no mosteiro" lera. Mas isto é contrário a fatos demonstráveis. A Regra da Ordem Agostiniana, a que Lutero pertencera, incluía o mandamento de que todos os membros deviam "ler assiduamente as Escrituras, ouvi-las devotamente, e aprendê-las fervorosamente". Os estudos bíblicos floresciam naquela época, e comentários bíblicos existiam em profusão, Lutero não disse aí a verdade, e o mito do seu descobrimento de uma Bíblia desconhecida foi abandonado por todas as sumidades protestantes de confiança.