CCAC...Comunidade Católica Adoradores De Cristo
Deus não vai reduzir a doutrina dele para se adequar a você porque não é ele que tem que se adequar a você é você que tem que se adequar a vontade de Deus.
O meu agir revela a quem eu sirvo
Você é o resultado das suas escolhas
.
.
Não Oro para que Deus faça a minha vontade, mas para que eu me adeque a vontade dele.
Ore não por uma vida fácil, mas pra ter forças para aguentar uma vida difícil.
Não conte suas guerras para os outros, poucos vão querer te ajudar e a maioria só está curiosa.Conte suas guerras para Deus,ele te ajuda a vencê-las.
.
.
Quem sou eu
- Pedrinho
- Barra Bonita, sp, Brazil
- Observador/ Romãntico/ Apaixonado/ Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances;Procurá-lo a maior aventura;encontrá-lo a maior de todas as realizações. Filho amado de Deus, sou apaixonado por Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. Eu sou de Cristo e Cristo é de Deus Sou sal da terra e luz de Deus no Mundo.Você pode dizer que sou um sonhador Mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você junte-se a nós E o mundo viverá como um só.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A Reforma Luterana - Parte 4
Ele foi o primeiro a traduzir a Bíblia para o alemão, de modo que o vulgo pudesse tê-la por si mesmo.
Havia vinte e sete edições da Bíblia em alemão antes de Lutero publicar a sua tradução. Essa tradução foi feita em Walburg, mas, ao passo que o seu valor literário era alto, ela foi estropeada por mutilações e más traduções. A Lutero pouco se lhe dava de alterar a verdadeira Palavra de Deus, no interesse das suas próprias doutrinas. Ele rejeitou a Epístola de S. Tiago como uma "epístola de palha" porque ela não quadrava com a sua negação da necessidade das boas obras. Na epístola aos Romanos, 3, 28, S. Paulo escrevera: "Julgamos que o homem é justificado pela fé". Na sua tradução Lutero aditou a palavra "apenas", para fazer a sentença ser lida como: "Nós somos justificados pela fé apenas". Reptado, sobre essa perversão do texto, por Emser, Lutero escreveu: "Se o seu papista o incomodar por causa da palavra (apenas), diga-lhe imediatamente: Dr. Martinho Lutero quer que assim seja. Quem não quiser ter a minha tradução, mande-a às favas; o diabo agradece a quem a censura sem a minha vontade e conhecimento. Dr. Martinho Lutero assim o quer, e ele é um doutor acima de todos os doutores no Papado". (Amic. Disc. 1, 127). Lutero não merecia confiança como tradutor da Bíblia.
Lutero ao menos defendeu o direito do juízo privado.
À conta disso ele repudiou a autoridade da Igreja Católica somente para achar que, sob a mesma alegação, outros repudiassem a dele. Assim ele esfacelou a unidade do Cristianismo na Europa, o qual se dividiu em seitas litigantes que Lutero denunciou de modo mais intolerante do que a Igreja Católica jamais o havia tratado, a ele. E a sua doutrina conduziu às mais tremendas desordens morais e políticas. Um resultado direito dos seus ensinamentos foram a Revolta dos Camponeses e a horrenda sorte dos Anabatistas de Münster.
De Lutero nós aprendemos a ler a Bíblia por nós mesmos e a aceitar como verdade o que descobrimos nas páginas dela.
Esse é um princípio errôneo. Muitos deixam de entender o verdadeiro sentido da Bíblia, e muitos mais lêem nela positivamente sentidos errados. Por isto S. Pedro diz que na Escritura há muita coisa difícil de entender, a qual o ignorante e versátil deturpa para sua própria perdição (2 Pedro, 3, 16). Os próprios frutos dessa interpretação privada deveriam ser prova suficiente de que Deus nunca poderia ter pretendido tal método. Porquanto os homens fizeram a Bíblia apoiar as doutrinas mais opostas, e estabeleceram centenas de seitas distintas e irreconciliáveis, cada qual pretendendo representar a verdadeira religião de Cristo. Deus nunca poderia ter intentado um princípio que levasse a semelhante caos.
Quando lemos a Escritura, devemos ser guiados somente pelo Espírito Santo.
Por que argumento você decide que é realmente o Espírito Santo que o guia ? Outros, justamente tão sinceros como você, chegam a outras conclusões. Por que então aceitar a conclusão sua de preferência às deles ? Toda sorte de religiões estranhas foram dadas ao mundo por homens que declararam com a maior confiança que o Espírito Santo era responsável pelas suas idéias. S. João deu a prova da verdade quando escreveu: "Aquele que não nos ouve não é de Deus. Por aí conhecemos o Espírito de Verdade e o espírito de erro" (1 Jo 4,6). S. João apela para o ensino dos Apóstolos como constituindo a Igreja docente - dessa Igreja Católica da qual Cristo disse: "Se alguém não ouve a Igreja, seja como o pagão!" (Mt 18, 17). A autoridade da Igreja docente é a única prova sã. Comentando o estado de coisas fora da Igreja Católica, Rosalind Murray escreve no seu livro The Life of Fath, p. 46: "Quando comparamos os rigorosos regulamentos contra médicos práticos, não qualificados, com a liberdade concedida a todos os práticos religiosos não qualificados, é impressionante o tratamento diferencial. Os corpos da comunidade são salvaguardados, com cuidadosa e incansável vigilância, das aventuras da não-ortodoxia, mas as suas mentes e as suas almas são abandonadas em compunção aos caprichos do charlatão não qualificado". Mas esta é a conseqüência lógica do ensino de Lutero.
Mas será que o leitor comum não tem nenhuma oportunidade de chegar ao sentido exato da Escritura?
Em muitas passagens da Escritura ele certamente poderia fazê-lo. Mas em muitas outras absolutamente não teria essa oportunidade. Não há, entretanto, dúvida alguma de que a Bíblia é um dos livros mais difíceis de entender. Precisa-se de um vasto conhecimento de línguas antigas, de história e de costumes; e deve-se estar inteiramente familiarizado com as expressões hebraicas e gregas alegóricas, metafóricas e típicas, inteiramente à parte da intuição espiritual requerida para penetrar os mistérios mais sublimes. Quantos indivíduos estão assim qualificados ?
O Evangelho de Cristo é a própria simplicidade.
Em certo sentido, é. Ele nos diz claramente que Cristo estabeleceu uma Igreja definida à qual deu a incumbência de ensinar todas as nações. Ele é muito simples sob este ponto de vista, pois os homens tem somente que aceitar a Igreja Católica e ser por essa Igreja ensinados. Mas o Evangelho não é a própria simplicidade no sentido em que você o pretende.
Lutero ensinou que nós temos somente que crer em Cristo, e seremos salvos.
Não é de admirar que ele conseguisse adeptos, com doutrina tão cômoda. Não vivendo à altura da sua religião, os homens ambicionavam um meio assim tão simples de sair fora dela. Mas semelhante doutrina é oposta ao ensino de Cristo. Ele disse: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos".
Lutero acreditava que é feliz aquele cuja consciência aprova o que ele faz.
Isso estaria muito certo se significasse: "Feliz aquele cuja conduta nunca vai de encontro àquilo que uma boa consciência aprova". Mas Lutero queria dizer: "Feliz aquele cuja consciência foi reduzida ao silêncio, seja qual for o mal que ele deseje fazer".
Lutero não pregou a lei?
Pregou, mas não que ela deva ser observada. Ele ensinou que ela não podia ser observada, e que a finalidade dela é somente convencer os homens de como são depravados e pecadores. "A Lei", escreveu ele, "indica o que o homem tem de fazer, enquanto que o Evangelho revela os dons que Deus está desejoso de conferir ao homem. A primeira nós não podemos observar; o último nós recebemos e aprendemos pela fé" (Tischreden I, e XII, 7). Na Conversa de mesa, p. 137, lemos : "Quem diz que o Evangelho exige obras para a salvação, digo redondamente, é um mentiroso". Outra vez: "Só a fé é necessária para a justificação. Todas as outras coisas são completamente optativas, já não sendo mandadas ou proibidas". (Comentário sobre Gál. II). Em O Cativeiro Babilônico, c. 3, Lutero escreveu: "O cristão ou homem batizado não pode, ainda quando o quisesse, perder a sua alma por quaisquer pecados, grandes que sejam, a menos que recuse crer; porquanto pecados nenhum, sejam quais forem, podem condená-lo, mas somente a incredulidade". Logicamente, de acordo com estes falsos princípios, de Warburgo ele escreveu a Melanchthon, a 1ª de outubro de 1521: "Seja pecador, e peque fortemente, mas creia mais fortemente ainda ... Devemos pecar, já que somos o que somos ... O pecado não nos separará d'Ele, ainda quando cometêssemos fornicação ou morticínio, mil e mil vezes ao dia". (Briefwechsel, Vol. III, p. 208).
Como católico, você há de dizer estas coisas de Lutero.
Citei as próprias palavras de Lutero. Mas escute estas outras de um escritor protestante. No seu livro The Re-Creation of Man, p. 24,T. M. Parker escreve: "Lutero recusou admitir ser possível ao homem decaído santificar-se pela graça. O mais que Deus poderia fazer por ele seria, por assim dizer, reputá-lo reto por ficção, encobrir-lhe a corrupção com a veste da justiça de Cristo, ficando o homem real sendo, todo o tempo, sob o disfarce, aquilo que era antes. Se a visão liberal do homem desonra a Deus sugerindo que o homem pode passar sem Ele, a visão luterana não o faz menos, ensinando que a imagem divina está inteiramente desfigurada no homem pelo pecado, e que excede o poder de Deus o refazer a sua criatura. Deus fracassou nos seus tratos com o homem, e o mais que ele pode fazer é encobrir-lhe a falta por uma justiça imputada, tal como o artista inábil esconde o seu retrato rejeitado".
Lutero negou toda necessidade da nossa tentativa para oferecer satisfação pelos nossos pecados, e foi por isto que ele atacou a venda das indulgências.
Lutero atacou muito mais do que a necessidade de oferecer satisfação pelos nossos pecados; mas você está certo em dizer que o ataque ás indulgências foi uma decorrência lógica da teoria dele de que nós somos justificados pela fé sozinha. Contudo, esta teoria é falsa.
Você nega que as indulgências deram a Lutero razão suficiente para a sua revolta ?
Nego. Ele fez delas uma das desculpas para a sua revolta, porém elas não eram razão suficiente.
Mas então as indulgências não devam aos católicos permissão para pecar?
Não. O ensino da Igreja Católica sempre foi que o pecado é essencialmente um mal. A todo custo somos obrigados a evitar o pecado. Jamais qualquer permissão pode ser dada para fazer o que é pecaminoso. Se o houver, foi o próprio Lutero quem concedeu indulgência total para cometer o pecado. A doutrina da justificação só pela fé, negando a necessidade das boas obras, logicamente foi uma indulgência para se fazer como se quiser.
Com que fundamentos a Igreja Católica reclama estar no caso de conceder indulgências?
Com os fundamentos de que existe uma mútua comunicação espiritual entre Cristo e o cristão, como também entre todos os que são membros de Cristo. Isto é simplesmente uma aplicação da doutrina da Comunhão dos Santos, na qual professam crer todos os que recitam o Credo dos Apóstolos. E que a Igreja tem o poder de aplicar a seus filhos na terra o valor satisfatório dos sofrimentos de Nosso Senhor e os dos Santos e dos Mártires, isto é evidente pelo fato de lhe haver Cristo dado o poder tanto de ligar como de desligar em seu nome. Ele disse à Igreja não somente: "Tudo aquilo que ligardes na terra será ligado no céu", mas também: "Tudo aquilo que desligardes na terra será desligado também no céu" (Mt 18, 18). Por uma indulgência a Igreja remite para nós uma certa soma da expiação que devemos oferecer pelos nossos pecados ou nesta vida ou na outra.
O Papa Leão X não vendeu indulgências na Alemanha para arranjar dinheiro para a Basílica de S. Pedro?
Não. Concedeu indulgências aos que dessem esmolas para a construção de São Pedro. Mas uma bênção espiritual concedida aos que dão esmolas para uma boa obra não deve ser classificada como venda de bênçãos espirituais. Cristo teve uma bênção especial para a viúva que deu o sue óbolo ao Templo. Você não o acusaria de estar vendendo essa bênção por um óbolo!
Havia vinte e sete edições da Bíblia em alemão antes de Lutero publicar a sua tradução. Essa tradução foi feita em Walburg, mas, ao passo que o seu valor literário era alto, ela foi estropeada por mutilações e más traduções. A Lutero pouco se lhe dava de alterar a verdadeira Palavra de Deus, no interesse das suas próprias doutrinas. Ele rejeitou a Epístola de S. Tiago como uma "epístola de palha" porque ela não quadrava com a sua negação da necessidade das boas obras. Na epístola aos Romanos, 3, 28, S. Paulo escrevera: "Julgamos que o homem é justificado pela fé". Na sua tradução Lutero aditou a palavra "apenas", para fazer a sentença ser lida como: "Nós somos justificados pela fé apenas". Reptado, sobre essa perversão do texto, por Emser, Lutero escreveu: "Se o seu papista o incomodar por causa da palavra (apenas), diga-lhe imediatamente: Dr. Martinho Lutero quer que assim seja. Quem não quiser ter a minha tradução, mande-a às favas; o diabo agradece a quem a censura sem a minha vontade e conhecimento. Dr. Martinho Lutero assim o quer, e ele é um doutor acima de todos os doutores no Papado". (Amic. Disc. 1, 127). Lutero não merecia confiança como tradutor da Bíblia.
Lutero ao menos defendeu o direito do juízo privado.
À conta disso ele repudiou a autoridade da Igreja Católica somente para achar que, sob a mesma alegação, outros repudiassem a dele. Assim ele esfacelou a unidade do Cristianismo na Europa, o qual se dividiu em seitas litigantes que Lutero denunciou de modo mais intolerante do que a Igreja Católica jamais o havia tratado, a ele. E a sua doutrina conduziu às mais tremendas desordens morais e políticas. Um resultado direito dos seus ensinamentos foram a Revolta dos Camponeses e a horrenda sorte dos Anabatistas de Münster.
De Lutero nós aprendemos a ler a Bíblia por nós mesmos e a aceitar como verdade o que descobrimos nas páginas dela.
Esse é um princípio errôneo. Muitos deixam de entender o verdadeiro sentido da Bíblia, e muitos mais lêem nela positivamente sentidos errados. Por isto S. Pedro diz que na Escritura há muita coisa difícil de entender, a qual o ignorante e versátil deturpa para sua própria perdição (2 Pedro, 3, 16). Os próprios frutos dessa interpretação privada deveriam ser prova suficiente de que Deus nunca poderia ter pretendido tal método. Porquanto os homens fizeram a Bíblia apoiar as doutrinas mais opostas, e estabeleceram centenas de seitas distintas e irreconciliáveis, cada qual pretendendo representar a verdadeira religião de Cristo. Deus nunca poderia ter intentado um princípio que levasse a semelhante caos.
Quando lemos a Escritura, devemos ser guiados somente pelo Espírito Santo.
Por que argumento você decide que é realmente o Espírito Santo que o guia ? Outros, justamente tão sinceros como você, chegam a outras conclusões. Por que então aceitar a conclusão sua de preferência às deles ? Toda sorte de religiões estranhas foram dadas ao mundo por homens que declararam com a maior confiança que o Espírito Santo era responsável pelas suas idéias. S. João deu a prova da verdade quando escreveu: "Aquele que não nos ouve não é de Deus. Por aí conhecemos o Espírito de Verdade e o espírito de erro" (1 Jo 4,6). S. João apela para o ensino dos Apóstolos como constituindo a Igreja docente - dessa Igreja Católica da qual Cristo disse: "Se alguém não ouve a Igreja, seja como o pagão!" (Mt 18, 17). A autoridade da Igreja docente é a única prova sã. Comentando o estado de coisas fora da Igreja Católica, Rosalind Murray escreve no seu livro The Life of Fath, p. 46: "Quando comparamos os rigorosos regulamentos contra médicos práticos, não qualificados, com a liberdade concedida a todos os práticos religiosos não qualificados, é impressionante o tratamento diferencial. Os corpos da comunidade são salvaguardados, com cuidadosa e incansável vigilância, das aventuras da não-ortodoxia, mas as suas mentes e as suas almas são abandonadas em compunção aos caprichos do charlatão não qualificado". Mas esta é a conseqüência lógica do ensino de Lutero.
Mas será que o leitor comum não tem nenhuma oportunidade de chegar ao sentido exato da Escritura?
Em muitas passagens da Escritura ele certamente poderia fazê-lo. Mas em muitas outras absolutamente não teria essa oportunidade. Não há, entretanto, dúvida alguma de que a Bíblia é um dos livros mais difíceis de entender. Precisa-se de um vasto conhecimento de línguas antigas, de história e de costumes; e deve-se estar inteiramente familiarizado com as expressões hebraicas e gregas alegóricas, metafóricas e típicas, inteiramente à parte da intuição espiritual requerida para penetrar os mistérios mais sublimes. Quantos indivíduos estão assim qualificados ?
O Evangelho de Cristo é a própria simplicidade.
Em certo sentido, é. Ele nos diz claramente que Cristo estabeleceu uma Igreja definida à qual deu a incumbência de ensinar todas as nações. Ele é muito simples sob este ponto de vista, pois os homens tem somente que aceitar a Igreja Católica e ser por essa Igreja ensinados. Mas o Evangelho não é a própria simplicidade no sentido em que você o pretende.
Lutero ensinou que nós temos somente que crer em Cristo, e seremos salvos.
Não é de admirar que ele conseguisse adeptos, com doutrina tão cômoda. Não vivendo à altura da sua religião, os homens ambicionavam um meio assim tão simples de sair fora dela. Mas semelhante doutrina é oposta ao ensino de Cristo. Ele disse: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos".
Lutero acreditava que é feliz aquele cuja consciência aprova o que ele faz.
Isso estaria muito certo se significasse: "Feliz aquele cuja conduta nunca vai de encontro àquilo que uma boa consciência aprova". Mas Lutero queria dizer: "Feliz aquele cuja consciência foi reduzida ao silêncio, seja qual for o mal que ele deseje fazer".
Lutero não pregou a lei?
Pregou, mas não que ela deva ser observada. Ele ensinou que ela não podia ser observada, e que a finalidade dela é somente convencer os homens de como são depravados e pecadores. "A Lei", escreveu ele, "indica o que o homem tem de fazer, enquanto que o Evangelho revela os dons que Deus está desejoso de conferir ao homem. A primeira nós não podemos observar; o último nós recebemos e aprendemos pela fé" (Tischreden I, e XII, 7). Na Conversa de mesa, p. 137, lemos : "Quem diz que o Evangelho exige obras para a salvação, digo redondamente, é um mentiroso". Outra vez: "Só a fé é necessária para a justificação. Todas as outras coisas são completamente optativas, já não sendo mandadas ou proibidas". (Comentário sobre Gál. II). Em O Cativeiro Babilônico, c. 3, Lutero escreveu: "O cristão ou homem batizado não pode, ainda quando o quisesse, perder a sua alma por quaisquer pecados, grandes que sejam, a menos que recuse crer; porquanto pecados nenhum, sejam quais forem, podem condená-lo, mas somente a incredulidade". Logicamente, de acordo com estes falsos princípios, de Warburgo ele escreveu a Melanchthon, a 1ª de outubro de 1521: "Seja pecador, e peque fortemente, mas creia mais fortemente ainda ... Devemos pecar, já que somos o que somos ... O pecado não nos separará d'Ele, ainda quando cometêssemos fornicação ou morticínio, mil e mil vezes ao dia". (Briefwechsel, Vol. III, p. 208).
Como católico, você há de dizer estas coisas de Lutero.
Citei as próprias palavras de Lutero. Mas escute estas outras de um escritor protestante. No seu livro The Re-Creation of Man, p. 24,T. M. Parker escreve: "Lutero recusou admitir ser possível ao homem decaído santificar-se pela graça. O mais que Deus poderia fazer por ele seria, por assim dizer, reputá-lo reto por ficção, encobrir-lhe a corrupção com a veste da justiça de Cristo, ficando o homem real sendo, todo o tempo, sob o disfarce, aquilo que era antes. Se a visão liberal do homem desonra a Deus sugerindo que o homem pode passar sem Ele, a visão luterana não o faz menos, ensinando que a imagem divina está inteiramente desfigurada no homem pelo pecado, e que excede o poder de Deus o refazer a sua criatura. Deus fracassou nos seus tratos com o homem, e o mais que ele pode fazer é encobrir-lhe a falta por uma justiça imputada, tal como o artista inábil esconde o seu retrato rejeitado".
Lutero negou toda necessidade da nossa tentativa para oferecer satisfação pelos nossos pecados, e foi por isto que ele atacou a venda das indulgências.
Lutero atacou muito mais do que a necessidade de oferecer satisfação pelos nossos pecados; mas você está certo em dizer que o ataque ás indulgências foi uma decorrência lógica da teoria dele de que nós somos justificados pela fé sozinha. Contudo, esta teoria é falsa.
Você nega que as indulgências deram a Lutero razão suficiente para a sua revolta ?
Nego. Ele fez delas uma das desculpas para a sua revolta, porém elas não eram razão suficiente.
Mas então as indulgências não devam aos católicos permissão para pecar?
Não. O ensino da Igreja Católica sempre foi que o pecado é essencialmente um mal. A todo custo somos obrigados a evitar o pecado. Jamais qualquer permissão pode ser dada para fazer o que é pecaminoso. Se o houver, foi o próprio Lutero quem concedeu indulgência total para cometer o pecado. A doutrina da justificação só pela fé, negando a necessidade das boas obras, logicamente foi uma indulgência para se fazer como se quiser.
Com que fundamentos a Igreja Católica reclama estar no caso de conceder indulgências?
Com os fundamentos de que existe uma mútua comunicação espiritual entre Cristo e o cristão, como também entre todos os que são membros de Cristo. Isto é simplesmente uma aplicação da doutrina da Comunhão dos Santos, na qual professam crer todos os que recitam o Credo dos Apóstolos. E que a Igreja tem o poder de aplicar a seus filhos na terra o valor satisfatório dos sofrimentos de Nosso Senhor e os dos Santos e dos Mártires, isto é evidente pelo fato de lhe haver Cristo dado o poder tanto de ligar como de desligar em seu nome. Ele disse à Igreja não somente: "Tudo aquilo que ligardes na terra será ligado no céu", mas também: "Tudo aquilo que desligardes na terra será desligado também no céu" (Mt 18, 18). Por uma indulgência a Igreja remite para nós uma certa soma da expiação que devemos oferecer pelos nossos pecados ou nesta vida ou na outra.
O Papa Leão X não vendeu indulgências na Alemanha para arranjar dinheiro para a Basílica de S. Pedro?
Não. Concedeu indulgências aos que dessem esmolas para a construção de São Pedro. Mas uma bênção espiritual concedida aos que dão esmolas para uma boa obra não deve ser classificada como venda de bênçãos espirituais. Cristo teve uma bênção especial para a viúva que deu o sue óbolo ao Templo. Você não o acusaria de estar vendendo essa bênção por um óbolo!