Todos nós somos ensinados a praticar a empatia em algum momento da vida. Esse ensinamento vem de dentro de casa, por meio de nossos pais, vem através das pessoas que cruzam nossos caminhos e, algumas vezes, da própria vida, que nos faz passar por situações que diminuem o nosso ego e nos fazem enxergar além do nosso umbigo.
Agora, algo que não podemos negar é que, por mais belo e gentil que seja o ato de sair do próprio caminho para ajudar o outro, existem algumas pessoas que simplesmente não querem a nossa ajuda, e quanto mais insistimos em lhes oferecer o nosso apoio, mais acabamos magoando a nós mesmos.
O primeiro passo para qualquer cura é admitir a existência de um problema, e aqueles que não são capazes de reconhecer isso jamais aceitarão o nosso esforço.
Tentar ajudar quem não quer ser ajudado é investir tempo e esforço no objetivo errado, é manter uma ferida aberta em nós mesmos e nos ferirmos ao tentar curar o outro, é oferecer o melhor que existe em si e receber em retorno as provas mais vivas de ingratidão e ausência.
Algumas pessoas, além de desprezar nossas tentativas de apoio, acusam-nos de invadir sua privacidade e querer tomar conta do que não é de nosso interesse. Quando isso acontece, sentimos uma dor muito grande no coração, uma profunda decepção e um confronto com o nosso lado bom e cheio de iniciativa.
Para que não soframos a dor do descaso, precisamos aprender a criar limites em nossos relacionamentos, compreender que nem sempre seremos capazes de mudar a vida do outro e que só podemos ir até onde o outro nos permite.
O outro lado da história
As pessoas nem sempre reconhecem os seus problemas de uma vez só, pode levar um tempo até que entendam realmente pelo que estão passando e percebam que precisam de ajuda. Portanto, se estamos dispostos a apoiar alguém, temos de compreender que essa pessoa caminhará no próprio ritmo, não de acordo com a nossa vontade.Pode ser que nossa ajuda não seja apreciada ou requisitada no momento em que queremos, e é por isso que, antes de desistir de apoiar alguém, devemos ter certeza de que não estamos apenas tentando apressar as coisas para nos sentirmos validados com nossa generosidade.
Não pressione ninguém a ser ajudado, permita que a outra pessoa descubra suas necessidades no momento certo e mantenha-se disponível para quando ela decidir que precisa de ajuda. Cada um tem o seu tempo.
Compreenda que as pessoas são diferentes e que, às vezes, o que é bom para você pode não ser para o outro. Ouça o que ele tem a dizer e esteja preparado para discordâncias, elas são parte dos relacionamentos.
Se, mesmo depois de fazer tudo isso, você perceber que a outra pessoa não quer a sua ajuda, é o momento de definir limites. Mantenha uma distância saudável dela, para não ser atraído para a realidade negativa dessa pessoa e se perder de si mesmo. Envolva-se apenas com aqueles com os quais pode ter uma experiência positiva.