Quando é que as coisas resolvem mudar? Mudam por si só ou a gente precisa dar aquele empurrãozinho? Quando foi que deixei de ter tempo para você? Quando foi que resolvi parar de correr atrás de você?
Na vida da gente existe uma espécie de termômetro que marca até que ponto somos suscetíveis a um tipo de comportamento, até onde suportamos algo que não nos faz bem, que nos maltrata. Normalmente, o que vejo acontecer por aí são pessoas se permitindo sofrer até transbordarem de tanta dor!
E como é mesmo que essas coisas acontecem? Acontecem toda vez que você deixa sua vida inteira na mão de outra pessoa, quando você deixa de fazer as suas coisas para fazer as coisas dela, quando você diz que a ama e não escuta uma resposta, quando você procura e não é procurada, quando manda mensagens, elas nem sempre são lidas; quando você lembra sempre de alguém, e esse alguém nunca lembra de você.
Essas e tantas outras situações que massacram gradativamente nossa autoestima e nos adoecem, mesmo que nem sempre a gente se importe.
Amamos demais o outro para nos importar! Preocupamo-nos demais, damos a ele atenção demais para nos conscientizarmos de que não representamos nada na vida daquela pessoa.
Nada daquilo que sonhamos e esperamos, mas não percebemos que morremos por dentro, diminuindo quem somos, apagando nossa luz.
Em algumas pessoas o termômetro demora muito para explodir, já que a sua cota de expectativas é grande demais e ela crê seriamente que as coisas ainda podem mudar.
Mas até mesmo elas, um dia, se cansam. Cansam de ser amadas pela metade, cansam de não ser importantes para alguém, cansam de buscar, de se mostrar, de ser sempre incrível para que o outro as notem. Um dia, essas pessoas cansarão e dirão: “Ora, eu não vou mais correr atrás de você! As coisas mudaram, amor.” E ela descobrirá que, para ser feliz, não precisará ser especial para alguém.
É só uma questão de entender que ela já é especial, principalmente, para ela mesma.
Então, meus amores, há um limite para se buscar o outro, para se querer o outro. Há um limite que não pode ser ultrapassado e esse limite é o do amor-próprio, como eu sempre falo por aqui.Você ama? Que lindo! É sempre muito bom amar! Todos deveriam amar, no entanto, amar mais a outra pessoa do que a nós mesmos é sofrimento, é dor, é deixar nosso coração em mãos incertas, que nem sempre querem segurá-lo, consegue me entender?
Nem sempre aquela pessoa que você quer vai querer você. Dá para perceber isso, através das atitudes dela para com você, se a procura, se vocês se falam com frequência, se pergunta por você, se tem interesse pela sua vida, pelo que faz, se gosta de estar com você e se esforça para vê-la.
Se não faz nada disso, nem um pouquinho, por mais tímido ou ranzinza que seja a outra pessoa, é um sinal. Sinal de que ela não tem interesse em você.
É duro quando a gente percebe isso, eu sei. A gente pensa que fracassou e, às vezes, faz até uma pirraça, dizendo que queria e queria e queria mesmo aquele cara! Mas se ele não nos quer, o que há de fazer?Se existir alguém, neste momento, massacrando sua autoestima, deixando-a buscar, procurar e amar sozinha, amiga, volte para si e meça seu termômetro que, com certeza, já está acima da temperatura permitida, dando sinais imensos de que não há nada ali para você, que por mais que doa e que a gente chore, é hora de afastar, porque, antes da pessoa que estamos interessadas, a gente vem primeiro. E devemos nos perguntar: “Estou feliz assim? Ele/a me dá sinais de que me ama? Eu preciso mendigar amor para viver?”
Não. Você não precisa. Você não precisa, eu não preciso.