A nossa geração é, sem dúvidas, a mais desenvolvida. Criamos novas tecnologias todos os dias e podemos nos comunicar com pessoas de todos os lugares do mundo em intervalos de segundos. Essas conquistas poderiam nos tornar unidos como nunca, mas a verdade é que talvez nunca estivemos tão afastados.
Os celulares e os computadores são os nossos esconderijos e estamos nos isolando das outras pessoas a cada dia, substituindo o toque físico, o acolhimento e o amor através de telas, sem perceber o quanto isso prejudica a nossa vida.
Nós, raramente, enxergamos as pessoas verdadeiramente, e isso torna cada vez mais difícil a existência de sentimentos como empatia e gentileza.
Olhamos as fotos das outras pessoas e acreditamos que elas estão sempre felizes e que temos de nos esforçar para mostrar que estamos ainda mais felizes do que elas, mesmo que por dentro estejamos solitários, tristes e insatisfeitos com tudo aquilo que vivemos.Encaramos aqueles ao nosso redor como concorrentes, inimigos que temos de derrotar, ainda que seja com número de curtidas nas fotos. Esse egoísmo e individualismo começam a fazer parte de quem somos, influenciando diretamente nossa qualidade de vida.
Colocar-se no lugar do outro e enxergá-lo com amor e cuidado são um de nossos maiores desafios. Estamos ocupados demais planejando a estrutura de nossa vida de fachada para reconhecer que o outro pode estar na mesma situação que nós e que as coisas seriam resolvidas de maneira muito melhor por meio da empatia e da compreensão.
Guerra ideológica
Para quebrarmos esse padrão tão tóxico que se tornou comum em nossa sociedade, o melhor que podemos fazer é recuperar valores que nos transformam em pessoas melhores, valores como humildade, respeito, compaixão.Precisamos enxergar a nós mesmos e ao outro não como diferentes, mas como semelhantes, pessoas que enfrentam dramas parecidos e que podem contribuir umas com as outras a partir de suas experiências.
Precisamos perceber que essa nossa “guerra ideológica” contra as outras pessoas, baseada em aparência, conquistas e realidades de vida, apenas nos torna mais infelizes e isolados.
Nascemos para viver em comunidade, mas para isso precisamos aprender como tratar a nós mesmos e as outras pessoas.
Quanto mais humildes formos, mais sábios e humanos nos tornaremos. Devemos abandonar nosso senso de superioridade e ser capazes de enxergar as almas das outras pessoas, pois assim compreenderemos que são como nós e que, andando de mãos dadas, chegaremos muito mais longe.
Comece essa prática em sua vida hoje mesmo. Deixe de lado as redes sociais por um momento e elogie as pessoas pessoalmente, fale sobre sua inteligência e dedicação, ao invés de sua aparência, e aprecie as suas forças que não estão relacionadas a números de curtidas ou quilos.
Interaja verdadeiramente e crie relacionamentos baseados em cumplicidade e não em egoísmo, assim mudará toda a sua realidade e construirá uma vida cujos valores são mais importantes do que as aparências.