Quantos projetos de vida você abandonou pelo caminho ou nem começou? E se você os tivesse concluído, quais seriam suas possibilidades agora?
Hoje estou às vésperas da colação de grau do bacharel em Filosofia, que demorei onze anos e meio para concluir. Isso mesmo, você leu certo. “Mas por que tanto tempo?” “E o que fazer agora com o diploma?” “Vai dar aula?” Ainda escuto muitas pessoas dizerem que um curso superior é desnecessário porque não dá dinheiro; e que elas conhecem alguém ou elas mesmas se formaram e não ganharam nada (em termos monetários) com isso.Eu comecei a graduação aos 35, descontente, solteira convicta, de havaianas e bicicleta; termino aos 47, agradecida, casada, mãe, de botas e Toyota. A comparação, grosseira, do mundo externo revela o mundo interno. E realmente, talvez o canudo não me traga mais dinheiro imediatamente, e nem uma promoção na função de funcionária pública, entretanto, aprendi aquilo que ironicamente a escola formal não ensina: venci a mim mesma. Durante esse período passei por várias batalhas.
Venci a preguiça, o orgulho, a humilhação, a tristeza, a rejeição, a depressão, a falta de recursos, o medo da desaprovação alheia, o apego à dor, o apego ao passado, o papel de vítima, a ira, mas isso não significa que elas não estejam lá.
O que muda é o que eu faço com elas: fecho a porta, pois uma visita indesejável bate logo em retirada.
Uma vez o iogue Paramahansa Yogananda perguntou ao mestre porque ele não o levava direto ao estado de samadhi (comunhão com Deus), e o mestre respondeu que o corpo do discípulo não poderia suportar a energia cósmica da união, pois explodiria.
Então, para chegar a este estado de despertar, ou para evoluir, existe um caminho de aprendizado, onde eu me preparo para as novas possibilidades, para o aumento de consciência que ampliará a minha visão e percepção de mundo.
Uma vez escutei que eu não sou o meu trabalho, mas que meu trabalho é o reflexo do que faço fora dele. Faz sentido para você?
Quem não muda de ideia, não evolui. Uma coisa certa na vida é a impermanência. O fato de não querer ou não acreditar na necessidade de mudança não faz dela algo inexistente. Olhe para trás e pense em como você era cinco anos atrás. O que prefere? Caso escolha “o você do passado”, talvez esteja relutando em enxergar algo que o incomode. Uma ferida, um amor não resolvido, um orgulho ferido, uma tristeza não digerida, um projeto inacabado. Caso escolha o presente, com certeza você evoluiu e consegue ter uma visão de mundo ampliada apesar de todas as batalhas.O (auto)conhecimento afasta o medo e nos impulsiona para frente. Podem manipular até meus pensamentos, mas não o conhecimento.
Sei que simplesmente terminei um ciclo que me torna capaz de completar outros. O meu nome é Perseverança. O meu lema é um degrau por dia, um dia de cada vez. Se você quer ajuda para concluir ou retomar um projeto conte comigo. Esperei 11 anos para uma viagem ao exterior, 20 para escolher um companheiro, 25 para querer ser mãe, 30 para uma alimentação consciente.