O PREÇO DAS ROUPAS NÃO SIGNIFICA ELEGÂNCIA!
“Não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe.” (Coco Chanel)
Os valores estão tão distorcidos ultimamente, que muitos confundem o que
se vê com o que se é, atrelando as aparências à verdade, o que não
corresponde à realidade dos fatos. Perdeu-se a capacidade de olhar para
além do que está materializado ali na frente, como se a perfumaria fosse
capaz de mostrar a essência, como se asseio e materialidade pomposa
pudesse ser aquilo que define as pessoas.
Na verdade, a elegância está em extinção, algo raro, difícil de se
encontrar. Não se trata, aqui, da elegância por si só, visível e
materializada pelas roupas de grife ou pelo carro do ano, mas da forma
como tratamos o semelhante, como nos comportamos diante da vida, em tudo
de bom e de ruim que ela traz. Pessoas elegantes podem se vestir
humildemente, pois jamais perdem a classe, que é nada menos do que
essência humana.

A elegância faz parte de tudo aquilo que temos dentro de nós, dentro de
nossos corações, de tudo aquilo que nos move, o que transparece em
nossas ações, na forma como nos relacionamos com o outro, sobretudo na
maneira como nos comportamos em relação a quem não nos oferece nada em
troca.
A elegância tem a ver com a força de nosso caráter, com nosso olhar além
de nós mesmos, com nossas ações quando não tem ninguém por perto,
quando ajudamos sem segundas intenções.
Pessoas elegantes não forçam situações, não mendigam atenção, não
precisam da aprovação alheia, não sentem necessidade de aparecer, aliás,
destacam-se naturalmente onde e com quem estiverem, pois seus olhos
sorriem, olhos sinceros.
Bastam-se por si mesmas, amam-se, aceitam-se, conhecem os próprios
limites, percebem-se imperfeitas. Tentam, mais do que julgar, entender;
mais do que rotular, acolher. A gente se sente tão bem perto delas,
simplesmente porque estão ali com verdade.
Infelizmente, essa confusão entre aparência e essência acaba muitas
vezes nos afastando de encontros mágicos, incapazes que ficamos de nos
demorar junto às pessoas, para reconhecer o que existe de verdadeiro em
cada uma delas.
A pressa em obter aquilo que podemos pagar e pegar infelizmente nos
impede de perceber que o que teremos de mais bonito e essencial em
nossas vidas e que nos eternizará nos corações que nos amam com
sinceridade é tudo aquilo que dinheiro algum paga, pois não tem preço:
as mãos entrelaçadas, o importar-se, o olhar que vai e volta, os beijos
roubados, sorrisos rasgados, o gozo sincero, o ser, inteiro, de corpo e
alma.