ONDE HOUVER TRISTEZA, NÃO SE DEMORE!
Enfrentar a dor implica enfrentar os nossos medos, os
nossos erros, as escolhas equivocadas que acumulamos, as pessoas erradas
que trouxemos para nossas vidas, tudo, afinal, que é fruto do que nós
próprios fizemos, porque assim o quisemos, porque assim o permitimos.
Uma das coisas que mais nos infelicitam é vermos pessoas de quem muito
gostamos sofrendo, passando por dificuldades, tristes e com problemas
para viver em paz. Não conseguimos estar bem, caso haja alguém muito
próximo de nós enfrentando situações difíceis. Por isso é que nos
dispomos a ajudar, a acolher, na tentativa de amenizar a dor alheia,
para que possamos também seguir mais tranquilos.
No entanto, muitas vezes nos sentimos impotentes, incapazes de oferecer
algum tipo de consolo, de ajuda, pois parece que nada será capaz de
poupar o outro da tempestade que assola a sua vida. Quando há muita
afetividade envolvida, torna-se ainda mais penoso adentrarmos a
escuridão de quem amamos, com a força necessária para que o reergamos e o
retiremos de lá.

Infelizmente, existem pessoas que, embora clamem por ajuda, por uma
solução, por algum remédio que lhes cure, que lhes clareie os passos,
que lhes expulse daquele estado de tristeza e comiseração, na verdade
não querem receber ajuda, não irão aceitá-la, pois já se acostumaram com
a tristeza e dela fizeram seu meio de vida. Sofrem muito, mas não
conseguem conceber algo que não traga dor e tristeza.
Como diz o senso comum, o perigo de tropeçar reside na possibilidade de
se apegar à pedra, ou seja, a gente se acostuma com tudo, até mesmo com o
que faz mal. Isso porque, para podermos ser resgatados de nossas
misérias emocionais, teremos que querer nos livrar delas, porque não
dependerá somente da ajuda alheia, mas em muito necessitará do nosso
próprio empenho, de nossa força de vontade.
Enfrentar a dor implica enfrentar os nossos medos, os nossos erros, as
escolhas equivocadas que acumulamos, as pessoas erradas que trouxemos
para nossas vidas, tudo, afinal, que é fruto do que nós próprios
fizemos, porque assim o quisemos, porque assim o permitimos. Ninguém
enfrenta o mundo lá fora sem antes encarar a si próprio de frente,
assumindo a responsabilidade que lhe cabe nessa bagunça toda em que se
encontra.

Portanto, é nosso dever tentar ajudar a quem precisa, porém, é nossa
obrigação perceber se realmente nossos esforços estão surtindo ou não
algum efeito. Muitas vezes, teremos de nos afastar desse tipo de pessoa,
para que não gastemos energia inutilmente, para que não sejamos nós
tragados para dentro das ventanias que não são nossas. Negar ajuda é
imperdoável, mas deixar de ajudar quando o outro não estiver pronto para
o enfrentamento será providencial, para que talvez ele se conscientize
do que precisa e para que nós próprios fiquemos inteiros, para podermos
ajudar a quem realmente esteja o querendo.