Notícia ruim gera ibope. Notícia boa gera inveja. Notícia que não se espalha fica intacta.
Confúcio já nos alertara para sermos amigos do silêncio, a fim de
evitarmos muitos problemas. Isso porque, em tempos de superexposição
como os que vivemos, é comum termos nossas vidas sendo alvo da
maledicência alheia.
Talvez esse tema seja um dos mais polêmicos de hoje em dia, visto que
existe quem defenda e quem critique a felicidade estampada nas vitrines
sociais.

O ser humano possui peculiaridades incontestáveis, sendo uma delas a
avidez por querer detalhes do que acontece de ruim na vida dos outros, a
ponto de espalhar fatos condenáveis a uma velocidade muito maior do que
a que se leva para a comprovação dos boatos. Ou seja, quanto maior a
desgraça alheia, maior a disseminação do ocorrido entre os indivíduos, o
que se intensifica ainda mais em se tratando de gente famosa.
Por outro lado, a muitos parece ser uma ofensa admitir o sucesso
alcançado pelo outro, o que torna muitas pessoas incapazes de reconhecer
as qualidades que levaram a pessoa a obter tudo o que conquistou. Não
raro, existe quem nem ao menos seja capaz de cumprimentar um colega,
quando este consegue sucesso em algum setor de sua vida, embora se
encarregaria de espalhar qualquer insucesso deste mesmo colega.
Talvez esse comportamento invejoso e maldoso seja consequência de uma
autoestima em frangalhos, como se a pessoa não se julgasse capaz de
também galgar degraus a partir das próprias qualidades, afinal, quem não
vê nada de bom em si mesmo reluta em aceitar que alguém possa vencer
pelo que possui de melhor. Pensam algo como: “se eu não tenho, ninguém
mais poderá ter”. E assim espreitam pelos vacilos das pessoas, para
trazê-las junto de sua miséria emocional.
Diante disso, a verdade é que cada um deve buscar a felicidade à própria
maneira, encontrando a melhor forma de se sentir bem, seja postando
fotos nas redes sociais a cada minuto, seja reservando seus momentos
junto a pessoas próximas. O importante mesmo é ser feliz, sem machucar a
ninguém nesse percurso, sempre tendo consciência de que existe quem
poderá usar o nosso melhor da pior maneira possível.

Mantendo, portanto, a nossa consciência tranquila, sabendo que estamos
agindo na sintonia do bem, sem atropelar ou magoar as pessoas, aquilo de
mau que tentar chegar não nos alcançará, pois estaremos blindados pela
verdade, que sempre aparece, que sempre vem. Sempre.