Sobretudo falam do comportamento. E falam porque supõem saber.
Mas não sabem. Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.
Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele. Isso é masoquismo.
Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou. Se nos deixarmos contaminar pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?
Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância. Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos. Isso é ser infeliz.
Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento. É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos.
Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo. Espere florescer a árvore do próprio sentimento.
Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível. A verdade é que só sabemos o que já sentimos. Podemos intuir, perceber, atinar; pode, até, conhecer. mas saber jamais. Só se sabe aquilo que já se sentiu.