Quantas pessoas podem orgulhosamente declarar que são pacientes hoje em dia? E quantas pessoas de fato o são? Ser paciente não é ser apático, é muito diferente de não se importar com regras, exceções e trabalhos a serem desenvolvidos.
Nesse louco mundo cheio de dias e horas marcados, agenda lotada, poucas horas de sono e muito mais compromissos e informações do que o cérebro humano é capaz de processar, quantas vezes você pode sentir-se paciente? Serei bem honesto com você: nessa estrada o caminho vai muito além do horizonte e eu ainda estou engatinhando.
Qual é o limite entre a paciência e a acomodação?
Ter paciência não é ficar de braços cruzados perante sua própria vida ou deixar de ser agente de sua própria caminhada e se deixar levar. Ter paciência é ter paz interior e ciência disso. É agir no momento certo e não abster-se de qualquer ação.
Quantas vezes ao dia nos travamos em disputas e guerras pessoais para com os outros ou conosco mesmos?
Esses conflitos podem ser do mais simples ao mais complexo e como gota a gota enche o copo, uma hora deixamos toda a negatividade e agressividade vazar, respingando um pouco da impaciência e insatisfação sobre nós mesmos e aos outros que convivem e interagem conosco.
É por isso que penso “como é possível ter paciência quando tudo parece nos jogar contra a maré e nos cansamos de tanto bater os braços para sair do maremoto?” Não se trata de tentar sair do turbilhão de emoção, mas sim de encará-lo, calmamente. Trata-se de aceitação, de não resistência, da ausência de conflito.
Não significa abaixar a cabeça para tudo e se deixar controlar e ser arrastado pela impaciente alheia, mas sim respirar fundo e abrir os olhos atentos para observar o que realmente está acontecendo. É reconhecer o caminho do meio e buscá-lo com perseverança.
É mudar a ótica, a forma de ver e ser, a forma de pensar e viver. É alcançar a aceitação pessoal e encarar a vida de forma mais leve. Mesmo os maiores dos nossos problemas são excelentes ferramentas e oportunidades para que nos tornemos pessoas melhores. Ao final de cada tempestade, nos tornamos mais fortes e resistentes, mas devemos ter paciência para que ela chegue ao final.
Quando somos pacientes diante de uma dificuldade temos força e foco para agilizar o processo de cura ou aprendizado, finalizando esse estágio. O tempo que ocupávamos com birras e discussões decorrentes de nossas explosões pode ser muito melhor aproveitado.